SERÁ QUE VOCÊ TEM VÍCIOS?
Geralmente como lidamos com uma coisa, é como lidamos com todas as coisas da vida.
Nossa geração viveu uma mudança gigantesca de hábitos, cultura, consumo… Tudo gira em torno de imagem, status, prazer, distração!
Eu não julgo ninguém, já fui assim também - e às vezes ainda tropeço!
Nossa alimentação segue essa mesma onda, e nessa busca por hiper estímulos, constantemente, vamos deixando de lado o "longo prazo". O prazer imediato virou o nosso grande alvo, nossa grande busca. Deixamos de valorizar a construção cotidiana da nossa saúde, das nossas relações, da nossa ascensão profissional. Buscamos tanto por aquilo que é bom pra somente pra nós, que vamos deixando pra trás a importância de ser útil à nossa comunidade, ao nosso entorno, aqueles que precisam de nós. Vamos, dia após dia, buscando a próxima distração que nos gere um sentimento de euforia para que possamos fugir da sensação de monotonia.
O próximo projeto, a próxima conquista, a próxima festa, o próximo relacionamento, sempre descartando aquilo que exige esforço, dedicação, energia, carinho, paciência. Sempre descartando aquilo que não se encaixa 100% nos nossos moldes por mero egoísmo.
Temos cada vez menos filhos por egoísmo, cada vez menos relacionamentos duradouros por egoísmo, cada vez menos saúde por preguiça (e egoísmo), cada vez menos respeito e integridade por imaturidade (e egoísmo).
Esses dias encontrei algumas conhecidas em um barzinho aqui em São Paulo e, conversa vai, conversa vem, algumas delas manifestaram sua insatisfação em estarem solteiras. Mais um tempo de conversa e os grandes motivos foram aparecendo:
não vou abrir mão da minha carreira por um relacionamento.
ele era muito inseguro e me pedia para dar satisfação.
não vou mudar de cidade por causa de um namoro.
não quero ter filhos porque meu corpo vai mudar muito.
Em várias dessas ocasiões eu perguntei: "mas você conversou sobre isso com ele?"
E adivinhe qual foi a resposta quase unânime? "não"
E nesse gap de comunicação, nessa inflexibilidade e dificuldade de criar vínculos e laços, vamos deixando a vida passar, pulando de novidade em novidade, e reclamando do cansaço por não termos todos os fatores externos encaixando nos nossos próprios planos.
Falo aqui sobre relacionamentos amorosos, mas você já pensou o quanto isso serve para TUDO? Tem um capítulo do livro "12 Regras Para a Vida", do Jordan Peterson, que diz "Busque o que é significativo, não o que é conveniente". Neste capítulo ele fala sobre fazer apenas o que dá prazer e é conveniente - que significa ser guiado pelos impulsos: mentir, trair, furtar, enganar e manipular, entre outros. Peterson explica que o prazer da conveniência pode ser passageiro, mas ainda assim é algo que buscamos para anestesiar os desafios da existência e a incerteza desse "lugar bom" vislumbrado num futuro.
É preciso que a gente tenha fé na crença de que: Algo melhor pode ser obtido no futuro ao abrir mão de algo de valor no presente. Esta é a noção de sacrifício e aqueles que não conseguem realizar estes sacrifícios podem se tornar viciados mais facilmente (pare um segundo para refletir sobre isso…) Os seres humanos perceberam que mudar o comportamento no presente – trabalhando, estudando, sofrendo, moldando-se – pode trazer recompensas no futuro. Outra coisa aprendida foi que maiores sacrifícios trazem ganhos maiores. Isto é adiar o prazer de forma útil.
“sacrifício – e trabalho – serve para manter o sofrimento afastado de forma muito mais eficiente do que o prazer impulsivo em curto prazo”.
É conveniente seguir os impulsos, ser egoísta e buscar o ganho a curto prazo. Por esta razão, é melhor usar o tempo para deixar as coisas melhores no futuro - e aí está a busca pelo que é significativo.
Quando existe amor, nada é esforço! Seja nas relações, seja no trabalho, seja na saúde… Você não vai comer bem porque odeia seu corpo, você não vai se exercitar porque não gosta da sua imagem, você não vai deixar de comer determinados alimentos porque alguém te disse que não pode… Você vai escolher essas condutas porque elas são o melhor que você pode fazer por si mesma e pelas pessoas ao seu redor.
Eu não quero chegar à velhice sendo um peso para os meus familiares (falando nisso, você já viu esse vídeo da minha bisa contando sobre a rotina dela?), quero ter saúde o bastante para desempenhar minhas funções, dinheiro o bastante para poder ser o porto seguro dos meus filhos, uma relação saudável e sólida para que possamos trazer leveza um ao outro nos dias que ainda tivermos para compartilhar juntos.
Tudo isso exige esforço e dedicação diárias, mas eu tenho certeza que vou me orgulhar muito mais de olhar pra trás e perceber que fui capaz de me comprometer com isso, do que de viver como se não houvesse amanhã, porque há, e é no hoje que escolhemos como ele será.
Atividade proposta: em um caderno, sente e escreva sobre o seu amanhã. Quem você quer ser? Onde quer estar? Quais comportamentos você precisa deixar para trás para chegar até lá? Quem você precisa ser/se tornar? Você consegue se comprometer com esses novos comportamentos por uma semana? Experimente e me conte como se sente. Uma semana fazendo algo diferente. O que você está acostumada a fazer te trouxe até aqui. Que tal experimentar novas posturas e ver o que você vai colher disso?
Depois eu quero saber o resultado!
Com amor,
Gabi.